Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas

#books/fiction

Lido em fevereiro/2019

Por que eu li esse livro?

Porque eu gosto de ficção científica, principalmente com essa ambientação cyberpunk (desde que eu era adolescente).

Observação: este é o livro que inspirou o filme Blade Runner.

Citações

ser dono de uma fraude

No ambiente descrito no livro, animais verdadeiros são raros. Possuir um animal de estimação é extremamente raro e sinal de status e riqueza. Porém a tecnologia evoluiu de tal forma que existem réplicas de animais, que são mais acessíveis ao público geral. O trecho a seguir descreve o pensamento do Rick Deckard enquanto ele conversa com seu vizinho sobre criação de (réplicas de) animais:

A coisa que mais sonhava no mundo era em ter um cavalo, de fato qualquer animal. Ser dono de uma fraude era algo que ia gradualmente desmoralizando qualquer um. No entanto, do ponto de vista da sociedade, era necessário.

O que ficou marcado aqui pra mim é o fato de que ser dono de uma fraude é desmoralizante.

Mesmo que ninguém saiba, lá dentro do seu íntimo você sabe que existe uma fraude. E isso vai lentamente consumindo sua auto-estima. Você não quer reconhecer mas começa a sentir vergonha de si mesmo. Mesmo que se esforce pra não pensar nisso, lá no seu subconsciente você sabe que é "dono de uma fraude".

Provavelmente você se tornará mal-humorado e irritadiço. Começará a criticar os outros e dar muita atenção e destaque ao erro dos outros. Isso é uma fuga para tentar esquecer que você é "dono de uma fraude".

a cenoura e a chibata

Gostei dessa metáfora:

Aquele foi o incentivo crucial para emigração: o serviçal androide como cenoura, a precipitação radioativa como chibata.

bagulhificação (aka entropia?)

-- Bagulho é todo tipo de coisa inútil como correspondencias sem importância, caixa de fósforos vazia, embalagem de chiclete ou homeojornal de ontem. Quando ninguém está por perto, o bagulho se reproduz.
(...)

-- Existe a Primeira Lei do Bagulho: Bagulho expulsa o não bagulho
(...)

-- Ninguém pode vencer o bagulho, a não ser temporariamente (...) como em meu apartamento (...). Mas um dia eu vou morrer ou ir embora, e então o bagulho voltará a tomar conta de tudo. É um princípio universal que opera por todo o cosmo; o universo inteiro está se movendo na direção de um estado final de total e absoluta bagulhificação.