Crime and Punishment
An interesting thing is that I found some similarities with The Catcher in the Rye. Specially the fact that the main character is a depressive guy, disillusioned with life.
The main difference is that Crime and Punishment is heavier, and darker. Addressing more miserable situations, mainly the ones caused by poverty.
Another thing that caught my attention and that it's an idea that came to my mind maybe a couple of years ago. And it's about "using the good as an excuse to do the evil". It's a topic also addressed in 12 Regras Para a Vida, by Jordan Peterson.
Portuguese notes
Comecei as anotações em inglês pois eram anotações para serem usadas na aula de inglês, no entanto eu li o livro na edição em português. Portanto continuarei as anotações em português.
Na meiuca do livro esbarrei com alguns trechos muito bons.
É um homem inteligente, mas, para agir de forma inteligente, só a inteligência é pouco.
~ Raskolnikov
A citação a seguir me lembra muito o que também é dito no Sapiens:
A mentira é o único privilégio humano em relação a todos os organismos. A gente vai mentindo até chegar à verdade.
~ Razumikhin
No Sapiens o contexto é um pouco diferente. Não se fala tão diretamente da mentira, mas sim da ficção e do mito compartilhado.
É dito que o que nos destaca das outras espécies é a nossa capacidade de cooperação em larga escala. Conseguimos trabalhar de maneira colaborativa com pessoas que nem conhecemos graças a nossa capacidade de criar e "aceitar" a ficção, de compartilharmos um mesmo mito.
Sobre pensar
Razumikhin sobre as discussões que estavam rolando numa festa em sua casa:
eles exigem uma impessoalidade completa! (...) É isso que, entre eles, se considera o progresso mais elevado. Se ao menos mentissem com a própria cabeça. (...)
Gostamos de sobreviver à custa da inteligência alheia.
pessoas comuns vs. extraordinárias
Na p. 287 é mencionado o artigo escrito por Raskolnikov e ele observa uma distorção forçada e intencional de sua ideia quando Porfiri menciona que o artigo prega que certas pessoas "têm pleno direito de executar quaisquer desmandos ou crimes, pois é como se a lei não valesse para elas".
(Ao ler a explicação de Raskolnikov sobre as pessoas comuns, lembrei das "pessoas da sala de jantar" que são ocupadas em nascer e morrer.)
Sobre os Socialistas
Razumikhin sobre a tese dos socialistas (p. 284):
A tese é conhecida: o crime é um protesto contra uma organização social anormal... (...)
tudo para eles é porque 'é uma vítima do meio'... e mais nada! Daí se segue diretamente, que se a sociedade for organizada de maneira normal, todos os crimes vão desaparecer de uma só vez, pois já não haverá contra o que protestar e todos, num piscar de olhos, se tornarão justos.
A natureza pessoal não é levada em conta, a natureza é expulsa, a natureza não vem ao caso! Para eles, não é a humanidade, a qual se desenvolveu até o fim por um caminho histórico e vivo, não é a humanidade que vai, afinal se transformar por si mesma numa sociedade normal, mas sim, ao contrário, é um sistema social, nascido na cabeça de sei lá que matemático, que vai organizar imediatamente a humanidade toda e num piscar de olhos, a deixará íntegra e sem pecados, antes de qualquer processo vivo e sem nenhum caminho histórico e vivo! É por isso que eles, instintivamente, não gostam da história: 'são apenas horrores e tolices', e tudo se explica apenas pela tolice. É por isso que eles também não amam o processo vivo da vida, a alma viva não obedece à mecânica, a alma viva é desconfiada, a alma viva é retrógrada!
Só com a lógica é impossível pular por cima da natureza! A lógica adivinha três casos, só que eles são milhões! Cortar um milhão inteiro e reduzir tudo apenas a uma questão de conforto! É a solução mais fácil do problema! Sedutoramente simples, nem é preciso pensar!
Raskolnikov "delirando" (p. 304):
Por que, agora a pouco, o tolo do Razumikhin ficou praguejando contra os socialistas? Gente trabalhadora e ativa nos negócios; se preocupam com a 'felicidade universal'... Não, a vida me foi dada uma vez e nunca mais será dada de novo: eu não quero esperar a 'felicidade universal'. Eu mesmo quero viver, senão é melhor nem viver. Não está claro? Eu só não quero passar a vida como uma matéria esfomeada agarrado ao meu rublo no fundo do bolso, à espera da 'felicidade universal'.